2018-18-09; corpo, representatividade, espaço-urbano
Sabe esse corpo? Esse corpo é seu e ele é político.
É urgente entender que um corpo não está dissociado de pensamentos, valores e necessidades; ele encerra em si todas as experiências e ideais do ser humano, construídos a partir de respostas aos estímulos recebidos do entorno, das situações, das pessoas.
E o que é a cidade, se não o conjunto de todos estes fatores? A relação entre indivíduo e meio urbano é viva. O que somos e o espaço que ocupamos se configuram numa simbiose e estão em constante processo de co-evolução; sendo assim, o corpo, comumente, tido como “coisa”, torna-se elemento político, social, sensitivo e problematizador do todo que o envolve.
O espaço público é palco de encontros, que reforçam a coletividade de sujeitos, aflorando o reconhecimento destes enquanto protagonistas das dinâmicas urbanas, à medida em que interagem, acontecem e reagem.
A grande problemática é que o processo produtivo das cidades, há muito, se fundamenta na relativização dos vínculos e descaracterização do indivíduo e de suas reais necessidades, em prol de um mercado urgente e sistemático que demanda todo nosso tempo e esforço; ao mesmo tempo em que estabelece novos parâmetros, que fogem da escala humana.
Tal realidade se instaurou a partir da Revolução Industrial; quando máquinas, carros, ferragens e concreto subverteram a hegemonia do ser humano, elencando a produção e o consumo como protagonistas.
Qualquer que seja a dinâmica urbana, ela só será válida quando direcionada às pessoas, sendo essencial o reconhecimento delas como corpos políticos, que, por sua vez, devem se inserir de maneira consciente neste cenário.
Certo é que, entender a subjetividade do ser humano é entender cidade, política, cultura e sociedade; por isso é o passo fundamental no desenvolvimento de um espaço urbano que dialogue e interaja com as necessidades das pessoas.